17.

Lâmina

Proveniência – Monte Padrão, Monte Córdova, Santo Tirso.

Material – Sílex de cor rosada (M11). Conserva, numa das faces, vestígios do córtex calcário original, branco (K31).

Descrição – Fragmento de lâmina alongada de dorso preparado com nervura central alteada de secção trapezoidal. Retoque parcial, unifacial, marginal e oblíquo. Lâmina de talhe tipo levallois obtida a partir de um núcleo preparado, tendo sido extraída de núcleos planos, conservando na face dorsal o negativo da extração de preparação do núcleo, própria desta técnica.

Classificação e cronologia – Tipo … / Monte Padrão – Fase I-III

Dimensões – Comprimento máximo 35 mm; Largura máxima 18 mm; Espessura máxima 6 mm; Peso 4,5 gr.

Depósito – MMAP [PAD. 95 A, op. 23].

Bibli. – MOREIRA 2005, 19; 2007, 49, n.º 21.

O sílex é uma rocha sedimentar silicatada, constituída de quartzo criptocristalino, muito dura e com densidade elevada e fratura concoidal. Apresenta-se geralmente compacta, de cor cinzenta, negra, bege e outras. Ocorre sob a forma de nódulos, recebendo a designação de flint, com uma superfície exterior que o rodeia, carbonatada, denominado por córtex, ou em forma de massas em formações de giz ou calcário, recebendo a designação de chert, diferindo do primeiro pela presença de inclusões de calcite. Pode apresentar impurezas como argilas, carbonato, silte, pirita e matéria orgânica.

A utensilagem em sílex tem uma expressão relativamente reduzida na coleção do Museu Municipal Abade Pedrosa. Apesar do sílex ser uma matéria-prima de ocorrência restrita no noroeste, os abundantes artefactos recolhidos na região desde o Neolítico até ao Bronze Final, em ambientes habitacionais e funerários, permite admitir que o comércio desta matéria-prima proveniente de regiões mais meridionais, onde é abundante, deverá ter-se mantido de forma regular, em particular na região costeira onde a sua presença é significativamente maior que no interior.