O Castro de Alvarelhos encontra-se classificado como Monumento Nacional desde 16 de julho de 1910 e beneficia de uma Zona Especial de Proteção estabelecida em 1976, posteriormente retificada e ampliada em 1992.
Localiza-se na bacia hidrográfica do rio Ave, na sua margem esquerda, no extremo sudoeste do concelho da Trofa, freguesia de Alvarelhos, distrito do Porto. Encontra-se implantada num dos contrafortes transversais da franja leste da serra de Santa Eufémia que se desenvolve com uma orientação sul/norte e divide a fachada atlântica dos férteis terrenos do vale da Ribeira da Aldeia.
O substrato rochoso é granítico, embora a estação se localize próximo de uma zona de contacto com xistos grauvaques onde é frequente o aparecimento de quartzitos e rochas ftaníticas.
A sua topografia revela um pendor com orientação oeste/leste atenuada por duas elevações que contrariam o desnível natural em direção ao vale. A primeira, denominada localmente por Monte Grande, desenvolve uma planta circular com uma cota máxima de 222 m, formando uma plataforma superior relativamente plana, mas pouco extensa. As suas faces sul, norte e leste têm um pendor mais marcado. A face nordeste possui uma vertente mais suave formando uma plataforma de ligação para o interior do maciço montanhoso que, neste local, revela características planálticas. A segunda, denominada por S. Marçal, frequentemente identificada como topónimo do castro, encontra-se na face sudeste da estação arqueológica. Possui vertentes íngremes, significativamente alteradas por um caminho que as circunda até ao topo. Na pequena plataforma superior, aplanada artificialmente, encontrava-se implantada uma pequena capela dedicada a S. Marçal. A zona intermédia que medeia entre as duas elevações forma uma plataforma bastante extensa com uma ligeira projeção para norte, sendo definida nos seus extremos por duas linhas de água que delimitam a estação nas faces nordeste e sudeste respetivamente. Genericamente, forma uma planta de desenvolvimento longitudinal de perfil irregular, marcada por pendores vincados em todas as suas faces à exceção do lado noroeste.
Os terrenos em que se encontra implantada a estação arqueológica são parcialmente ocupados por vegetação arbórea, terrenos agrícolas dispersos pelos vários núcleos habitacionais existentes – Monte Grande, Sá; Sobre-Sá, Quinta do Paiço e Quinta dos Aidos.
Fases de ocupação
De acordo com os resultados das intervenções realizadas foi definida uma cronologia das diferentes fases de ocupação que serve como referência para classificação cronológica dos materiais.
Fase I. … 900/700 a. C. | 500 a.C. (início da fase II da cultura castreja)
Fase II 138/136 a.C. (campanha de Decimus Iunis Brutus) | 14/54 (reinados de Tibério/Cláudio)
Fase II b (reinados de Tibério/Cláudio) 14/54 | 69/74 (Vespasiano / atribuição do ius latii à Península)
Fase III 69/74 (Vespasiano / atribuição do ius latii à Península) | 284/288 (criação da província da Galécia / Diocleciano)
Fase IV 284/288 (criação da província da Galécia / Diocleciano) | 409/411 (fixação de Vândalos e Suevos na Galécia)
Fase V 409/411 (fixação de Vândalos e Suevos na Galécia) | 455/459 (guerra civil. Queda do reino Suevo)
Fase VI séc. IX/X (início da reconquista /incastellamento) | séc. XII/XIII (construção da igreja e cemitério)
Fase VII séc. XII/XIII (construção da igreja e cemitério) | séc. XVI/ início do séc. XVII (abandono da igreja e cemitério)