O Castro de Santa Margarida encontra-se classificado como imóvel de Interesse Público (Dec. N.º 29 / 90, DR n.º 163 de 17 de julho de 1990).
O povoado encontra-se implantado num pequeno promontório da face norte do maciço montanhoso conhecido por Serra de Monte Córdova. A vertente da face norte corresponde ao prolongamento natural do maciço montanhoso que apresenta uma progressiva diminuição de cotas, a partir do ponto mais alto registado na Citânia de Sanfins, Paços de Ferreira. O seu posicionamento sobranceiro ao rio Vizela, assim como a sua cota (283 m), permite um controle visual muito significativo para norte, leste e oeste abarcando uma parte significativa do tramo inferior do rio Vizela e do tramo médio do rio Ave.
Estruturalmente apresenta uma planta oval, definida pela curva de nível dos 250 m, com o maior eixo no sentido norte/sul, exibindo uma acrópole relativamente plana, apesar da existência de abundantes afloramentos graníticos à superfície.
O substrato geológico onde se inscreve o povoado corresponde à grande mancha de granito biotítico da face oriental do concelho que apresenta variedades porfiroides e granosas de grão de diferente calibre atravessada por veios haplíticos.
Os vestígios, constituídos por várias estruturas habitacionais e defensivas, abrangem a plataforma superior e uma parte significativa das vertentes. Na totalidade, até ao momento, identificaram-se cinco estruturas circulares com muros de dupla face de aparelho original.
O sistema defensivo aparenta estruturar-se em duas linhas de muralhas com panos de 1,5 m de largura que, em alguns locais, aproveitam a penedia existente. Atualmente apenas se conserva visível um pequeno troço na face leste da acrópole que revela uma estrutura de dupla face constituída por blocos graníticos de média dimensão.
Os materiais cerâmicos recolhidos revelam as características vulgarizadas na Fase II/III da Cultura Castreja. Os perfis predominantes correspondem a copos, taças e potes e, em menor quantidade, pratos e panelas. As pastas, muito micáceas, são maioritariamente escuras. A ausência de materiais claramente romanos, ou mesmos de tradição indígena com influência romana, sugere que o povoado deverá ter sido abandonado antes da ocupação efetiva do território.
O seu contexto cronológico integrado na Fase III, corresponde, grosso modo, ao momento de forte desenvolvimento económico e cultural registado na maior parte dos povoados ao longo do séc. II / I a.C..