O Centro Interpretativo do Monte Padrão constitui a pedra basilar do projeto de estudo, valorização, musealização e dinamização do Castro do Padrão, cujo propósito visa cumprir os seguintes objetivos principais.
- Promover a reabilitação e valorização de um importante conjunto patrimonial de carácter arqueológico e arquitetónico.
- Valorizar o estudo de um conjunto arqueológico com alta relevância científica, com características únicas, que tornam o espaço adequado à interpretação da ocupação do território no decorrer de um largo período de tempo.
- Sublinhar a importância da complementaridade entre o património arqueológico e ambiental
- Desenvolver um espaço com aptidões de natureza museológica, pedagógica, turística e de apoio ao trabalho de investigação.
- Potencializar os recursos disponibilizados para a promoção turística da região.
O Castro do Padrão constitui uma das principais referências culturais do concelho de Santo Tirso. A sua presença, de grande destaque na paisagem, aliada à carga histórica que possui, decorrente da intrínseca ligação a uma das mais ilustres personagens da sociedade medieva, S. Rosendo, afirma-se na região como um bem de elevado interesse histórico e arqueológico. Este vínculo, de grande relevância simbólica, faz com que o imóvel transcenda a sua natureza enquanto objecto científico, e se projecte como um marco intemporal associado ao processo de reconquista do território que mais tarde viria a ser Portugal.
O Castro localiza-se na freguesia de Monte Córdova, concelho de Santo Tirso, distrito do Porto, a poucos quilómetros a sudeste da sede do concelho. O imóvel encontra-se classificado como Monumento Nacional desde 1910, inicialmente com a designação de Castro de Monte Córdova (Decreto-Lei de 16 de junho de 1910), tendo sido rectificada a sua denominação para Castro do Monte do Padrão em 1951 (6 de novembro de 1951, Decreto-Lei n.º 38491, art. 3). O seu topónimo ficou a dever-se ao achado ocasional de uma cruz, de dupla face, que constituiria o remate de um cruzeiro, ocorrido no segundo quartel do século XVIII, que estaria instalado no adro da igreja paroquial aí localizada até meados do séc. XVII, e que deu origem à edificação da capela do Nosso Senhor do Padrão, construída no sopé do castro em 1738.
Os elementos crono-estratigráficos identificados documentam uma longa ocupação que tem início no Bronze Médio e se prolonga até ao 2º quartel do séc. XVII, registando-se um hiato considerável entre o terminus da ocupação romana e a Alta Idade Média. Os dados atualmente disponíveis permitem esboçar uma periodização balizada em onze fases que parametrizam os diferentes momentos de ocupação.
Fase I ……|1250 a.C.(BM)
Fase II 1250 a.C. | 1000 a.C. /900 a.C. (BF /1ª Fase)
Fase III 1000 a.C. / 900 a.C. | 700 a.C. (BF /2ª Fase)
Fase IV 700 a.C.| 500 a.C. / 450 a.C. (Iª IF)
Fase V 500 a.C. /450 a.C.| 200 a.C. (IIª IF/ 1ª Fase)
Fase VI 200 a.C.| Tibério/Cláudio (IIª IF /2ª Fase)
Fase VII Tibério/Cláudio | 1ª Metade do séc. II
Fase VII a 1ª Metade séc. II | Meados do séc. III
Fase VIII 900 | Final do séc. XII
Fase IX Final do séc. XII | 1ª Metade do séc. XVII
Fase X 1738 (construção da Capela do Sr. do Padrão) | —-…….