Necrópole identificada no decurso das obras de construção do hospital da Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso, em 1915, num terreno desanexado à Quinta de Gião, junto do caminho do Corvilho, no lugar de Lagoa, Santo Tirso. O achado veio a designar-se na bibliografia da especialidade por Necrópole do Corvilho. Todavia, o contexto arqueológico do depósito é obscuro, não se sabendo qual a relação entre os diferentes materiais identificados, assim como a hipotética existência de estruturas associadas. Contudo, localmente regista-se uma forte tradição oral que refere “um cemitério muito antigo”, eventualmente relacionado com os achados que, associada às características morfológicas das peças em questão, e por conexão com contextos arqueológicos do mesmo horizonte cronológico permite, com alguma segurança, afirmar que tratar-se-ia de um depósito funerário, cujo horizonte cronológico corresponde ao Bronze Final. Parte dos materiais arqueológicos então recolhidos foram oferecidos ao Abade Pedrosa pelo provedor da Santa Casa da Misericórdia, Domingos Venceslau Moreira da Silva, e os restantes pela sua filha, Conceição Marinho da Silva. O estudo das peças já foi abordado por vários autores, cujo acervo é atualmente constituído por seis vasos troncocónicos e um bracelete de bronze, embora notícias da época mencionem o aparecimento de outros fragmentos cerâmicos, de que se desconhece o paradeiro.