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Prato (Cerâmica de engobe vermelho não vitrificável)

Proveniência Castro de Alvarelhos, Alvarelhos, Trofa. Material Cerâmica. Pasta compacta e dura com cozedura uniforme (P30). Elementos não plásticos compostos por quartzo e mica, bem calibrados e com distribuição uniforme. Superfície alisada e medianamente polida, coberta por um engobe espesso e aderente no interior e no exterior de cor “vermelho inglês” (T39). Descrição Prato modelado ao torno. Parede arqueada desenvolvida em dois planos demarcados por uma carena angulosa. O segundo plano desenvolve-se em forma de aba, de perfil convexo, projetada para o exterior e rematada por um lábio arredondado. Fundo plano de assentamento pleno de ligação contínua com a parede. Classificação e cronologia Tipo Martim 59/67 – Delgado 59/67 / Castro de Alvarelhos – Fase IV. Dimensões Diâmetro máximo 320 mm; Altura máxima 46 mm; Espessura máxima da aba 10 mm; Diâmetro máximo do fundo 232 mm; Capacidade – 1 879, 10 cm3 / 1, 87 L. Depósito MMAP [ALV. 94 A, op. 219a]. Bibli. MOREIRA 2007, 86; 2010, 722, est. CXLI, n.º 11a.

A designação de cerâmicas de engobe vermelho não vitrificável é adotada por Manuela Delgado, autora que, pela primeira vez, individualizou e caracterizou esta produção, cujas características morfológicas e técnica de fabrico constituem, segundo a autora, os elementos identificadores deste tipo de produção – (…) técnica de fabrico e o caráter não vitrificável do engobe vermelho são denominadores comum destas cerâmicas que permite, de imediato, distingui-las e pressupor a existência duma tradição tecnológica que vinda desde o séc. I d.C., se prolongou, sem interrupções aparentes, até meados do séc. V d.C. (…) (DELGADO 1993-94, 113-149).

O prato tipo Delgado 59/67 (DELGADO 1993-94, 126, est. VII, n.º 30-34), à semelhança do que sucede em Braga, constitui, a par do tipo Hayes 61, a forma mais comum desta produção. Conforme menciona a autora, o prato imita perfeitamente o perfil do tipo Hayes 59 e adotou algumas alterações ao nível do bordo características da forma tipo Hayes 67. O nosso exemplar apresenta assinaláveis variações ao nível do bordo, nomeadamente na largura e orientação da primeira aba junto ao lábio, cujo elemento principal é a existência de um friso profundo que marca e diferencia o lábio da aba. A forma não se encontra inscrita na tipologia de Hayes ou Atlante mas imita um prato de sigillata clara D, encontrado em França, no sítio galo-romano de Lestrade em Mireval – Lauragais (Aude) (MARTIN, 1977, 99-101, fig. 3, n.º 2 e 3, fig. 5, n.º 1), que, segundo o autor, constitui “uma forma bastarda” que aglutina características da forma tipo Hayes 59 A e a forma tipo Hayes 67 que lhe sugeriram uma classificação de tipo 59/67 (…) Ces quelques remarques m’ont amené à faire provisoirement le type 59/67. (…) (MARTIN, 1977, 99-101). O autor propõe uma cronologia balizada entre 350-380, privilegiando a semelhança com o tipo Hayes 59 A (320/380-400) e a presença da decoração estampada do estilo A (ii) (350-420). O enquadramento estratigráfico do nosso exemplar remete para a datação proposta, podendo, eventualmente, prolongar-se para a primeira metade do séc. V