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Prateira – Sigillata Africana

Proveniência Castro de Alvarelhos, Alvarelhos, Trofa. Material Cerâmica. Pasta muito compacta e dura com elevado grau de depuração, praticamente isenta de elementos não plásticos (N39). Superfície muito polida de cor alaranjada (R39/R20). Descrição Fragmentos de prato que formam um perfil completo. Parede arqueada de ligação direta ao fundo. Bordo em aba, ligeiramente soerguida, decorada com duas caneluras incisas e lábio arredondado. A decoração no exterior é composta por incisões na diagonal que provocaram no interior um ligeiro relevo. O fundo é formado pelo prolongamento da parede originando um assentamento radial, sendo o interior ligeiramente mais alto. A decoração interna é composta por quatro círculos concêntricos inscritos no fundo, no interior dos quais se desenvolveria o motivo central do qual apenas é percetível o arranque de uma palmeta. Classificação e cronologia Tipo Hayes 59 A, 320 – 380/400 / Castro de Alvarelhos – Fase IV-V. Dimensões Diâmetro máximo 285 mm; Altura máxima 32 mm; Espessura máxima do bordo 7 mm; Capacidade – 1 063, 58 cm3 / 1, 06 L. Depósito MMAP [ALV. 95 B. A4, op. 35]. Bibli. MOREIRA 2007, 79; 2010, 698, est. CXXXVI, n.º 2.

Os pratos tipo Hayes 59 (HAYES 1972, 96-10, fig. 15), caracterizam-se pela sua base plana, parede curva e bordo amplo, formando uma aba horizontal ou ligeiramente erguida, com lábio arredondado, frequentemente decorado no fundo com motivos estampados, organizados no interior de círculos. Hayes distingue dois tipos.

O primeiro, E1 A, com caneluras verticais no exterior da parede provocando ressaltos no interior. O segundo, E1 B, de parede lisa. Gandolfi estabelece quatro tipos distintos de bordo: 1, bordo com três “degraus” que descem para o interior, característico da segunda metade do séc. V; 2, aba plana com caneluras na face superior; 3, constitui a variante de Lamboglia 51 B (LAMBOGLIA 1963, 195), possui bordo liso, ligeiramente inclinado para o interior; 4, caracteriza-se pela existência de uma série de caneluras na parede externa (GANDOLFI 1983, 72-76, fig.3). Adotando esta distinção, o nosso exemplar integra-se no tipo 4, uma vez que revela caneluras verticais na parede exterior do bordo. O nosso prato é proveniente de Alvarelhos – domus da Lucerna do Cavalo e integra-se na Fase IV/V, cuja amplitude cronológica abrange o séc. IV e a primeira metade do séc. V – sendo, portanto, coincidente com a cronologia proposta por Hayes que sugere para o tipo A 320-380/400 e para o tipo B 320-420 (HAYES 1972, 100).

Os pratos tipo Hayes 59 constituem uma das formas mais frequentes e difundidas no mundo romano (CARANDINI; TORTORELLA; SAGUI; TORTORICI 1981, 83). Todavia, a sua representação no Noroeste Peninsular é relativamente escassa, contando-se apenas, na área geográfica da Galiza, dois exemplares publicados provenientes de Lugo, um do tipo A e outro do tipo B (GASCÓN 1993, 298, fi g. 1, 5-6).