17.
Taça carenada
Proveniência – Castro de Alvarelhos, Alvarelhos, Trofa
Material – Cerâmica. Pasta compacta, bem depurada com cozedura homogénea. Elementos não plásticos abundantes, compostos por quartzo e mica de pequeno calibre com distribuição uniforme. Superfície alisada e brunida com engobe ligeiro no exterior (S33).
Descrição – Taça carenada de fundo umbilical. Modelação manual evidenciando irregularidades na superfície e ligeira assimetria no perfil. Parede em calote com bordo alto, ligeiramente côncavo, com lábio de secção arredondada lançado para o exterior. Carena na face superior da parede de perfil arredondado. Encontra-se reconstituída a partir do terço inferior da parede.
Classificação e cronologia – Tipo Armando Coelho A1a; Tipo Manuela Martins 5A / Castro de Alvarelhos – Fase I-III.
Dimensões – Diâmetro máximo do bordo 210 mm; Altura máxima 125 mm; Espessura máxima do bordo 6 mm.
Depósito – MMAP, n.º 029.
Bibli. – MOREIRA 2007, 52.
As taças carenadas constituem um tipo de recipiente com características morfológicas muito específicas e encontram-se amplamente documentadas em povoados no norte de Portugal. São geralmente produções com um acabamento muito cuidado, com superfícies externas alisadas e brunidas, constituídas por pastas relativamente bem depuradas com escassos elementos não plásticos. Morfologicamente apresentam a parede em calote, com carena média alta, bem vincada, com bordo vertical ou levemente aberto e lábio arredondado. Os fundos podem ser umbilicais ou rasos. As suas dimensões apresentam diferenças significativas. As suas variações morfológicas conduziram a uma subdivisão tipológica sem, no entanto, se fazer corresponder uma diferenciação cronológica. A sua cronologia, definida nos castros de S. Julião, Coto da Pena e Castro de Barbudo, com base em datações por C14, no séc. X/IX a.C. (MARTINS 1990, 131), contraria, em certa medida, as cronologias anteriormente propostas (SILVA 1986, 119-120), que relacionavam este tipo de produções com a expansão de elementos culturais dos “Campos de Urnas” do centro de Espanha e sul de Portugal.
Armando Coelho considera 3 variantes em função da dimensão, do comportamento da carena, da existência ou não de asa e do fundo, às quais faz corresponder in genere à forma 8C de G. Marques e M. Andrade (SILVA 1986, 120, Gráfico 3). Manuela Martins considera três tipos (Forma 5 A/B/C) (MARTINS 1990, 127-128, Quadro 10).