9.
Machado polido
Proveniência – Castro de Alvarelhos, Alvarelhos, Trofa.
Material – Quartzito de cor branca (R31) e cinzenta (P31).
Descrição – Machado polido de reduzidas dimensões. Contorno triangular, gume convexo e ligeiramente assimétrico. Secção plano-convexa, irregular. Talão pontiagudo. Polimento integral. Gume com vestígios de utilização.
Classificação e cronologia – Tipo … / Castro de Alvarelhos – Fase I.
Dimensões – Comprimento máximo 49 mm; Largura máxima 37 mm; Espessura máxima 10 mm; Peso 27 gr..
Depósito – MMAP [ALV. 94 A, op. 143].
Bibli. – MOREIRA 2007, 49; 2010, 1005, est. CCXXXV, n.º 7.
Os machados de pedra polida são instrumentos cuja morfologia apresenta soluções variadas, designadamente ao nível da forma, perfil, secção e configuração do gume e do talão. Em termos genéricos, poder-se-ão caracterizar por evidenciarem um desenvolvimento longitudinal de secção diferenciada, com extremos oponentes compostos pelo gume, geralmente de perfil retilíneo ou convexo e pelo talão que se apresenta sob uma forma apontada ou retangular. A sua dimensão apresenta uma variação considerável desde os exemplares de diminuta dimensão (desde 4 cm), geralmente designados por machados votivos, ainda que a sua funcionalidade se relacione com atividades de carpintaria e não com fenómenos de caráter religioso, até aos exemplares de maior tamanho que podem ultrapassar os 25 cm de comprimento. Para efeitos de classificação, Souville (CAMPS 1979, 126) define cinco campos a considerar – Forma, Perfil, Perfil do gume, Gume e Secção. Quanto à forma, as quatro variantes mais comuns são a triangular, retangular, trapezoidal e “en boudin”. O perfil apresenta um recorte trapezoidal, biconvexo e en boudin. O gume apresenta-se nas seguintes variantes – retilíneo, curvo, corrente e grosso. As secções podem ser retangulares, plano-convexas, biconvexas, ovais e circulares. O machado, no seu todo, incluiria também um cabo ao qual estaria fixo através de inclusão num orifício de configuração troncocónica que permitiria um forte ajuste, ou mesmo, como sugerem alguns autores (EIROA; GIL; PÉREZ; MAURANDI 1999, 91), através da utilização de cordas, implicando, nesse caso, a existência de pequenas depressões nas faces laterais do machado para uma fixação mais eficaz.
A sua função específica consistiria no corte de madeira, nomeadamente para o derrube de árvores, através de uma incisão vertical ou perpendicular, sem qualquer ação de fricção, que se explica pelo facto dos gumes serem lisos. No Noroeste Peninsular a sua cronologia regista uma grande amplitude que se prolonga desde o Neolítico ao Bronze Final, estendendo-se inclusivamente a sua pervivência às duas primeiras fases da cultura castreja, embora neste período seja já discutível a sua função, enquanto ferramenta utilitária.