98.

Fecho de cinturão

Proveniência – Castro de Alvarelhos, Alvarelhos, Trofa.

Material – Bronze.

Descrição – Fecho de cinturão de formato retangular com dois espigões de fixação na face anterior. A peça é formada a partir de uma lâmina única, rematada com uma charneira formada por dois orifícios criados por reviramento e soldagem. Nos orifícios articular-se-ia um eixo a partir do qual se produzia a prisão do cinto. Os espigões serviriam de fixação na parte oponente. A decoração no espelho do fecho é constituída por motivos geométricos dispostos na orla. São constituídos por dois círculos concêntricos com um ponto central efetuados através de uma matriz produzida através de puncionamento. No centro, em relevo, existe uma face grosseira, onde se destaca o queixo, o nariz e os olhos.

Revela uma clara filiação morfológica e estilística com os materiais tardorromanos do vale do Douro. O mesmo tipo de decoração é percetível na placa de cinturão proveniente da estação arqueológica de La Bienvenida, Ciudad Real, com cronologia centrada no séc. V (AURRECOECHEA; FERNANDÉZ; KLINK 1986, 255, est. I, n.º 8). À mesma gramática formal e decorativa pertencerá uma fivela peltiforme proveniente de Monsanto, Idanha-a-Nova, decorada com dois animais (leões?) afrontados (PONTE, MARQUES 1980, 60-61, fig. 2). As características deste tipo de peças definidas por Sommer (SOMMER 1984), e tipologicamente subdivididas em variantes por Bohme (BOHME 1986, 482-485), enquadram o nosso exemplar no tipo Sissy de dispersão fundamentalmente gálica que apresenta como decoração cabeças de leões afrontadas.

Classificação e cronologia – Tipo Sissy / Castro de Alvarelhos / Fase V.

Dimensões – Comprimento máximo 41 mm; Largura máxima 31, 5 mm; Espessura média da lâmina 2 mm; Peso 19,2 gr.

Depósito – MMAP [ALV. 92 A, op. 103].

Bibli. – MOREIRA 2007, 135; 2010, 976, est. CCXI, n.º 49.