Em termos genéricos, a Idade do Ferro no Noroeste Peninsular identifica-se com a Cultura Castreja e baliza-se entre 750 – 500 a.C. (Iª Idade do Ferro) e 500 a.C. e o início do câmbio de Era coincidindo com reinado do Imperador Augusto (29 a.C. ‑ 14), com referência à reforma administrativa promovida por este imperador, correspondendo à 2ª fase da II Idade do Ferro.
Considerando a evolução cultural castreja como um processo de longa duração, iniciado nos finais da Idade do Bronze, segundo os mais recentes dados, é já possível caracterizar sumariamente o habitat da sua primeira fase, correspondente à etapa da sua formação, que se relaciona com um desenvolvimento excecional da atividade metalúrgica. Na área meridional do Noroeste Português verificou-se, em geral, uma implantação ex novo dos povoados em pontos estratégicos situados segundo uma diversidade topográfica, com realce para posições em remates de esporões de altitude média, visando primordialmente o controlo das bacias fluviais, em relação com as zonas de aptidão agrícola e exploração de recursos naturais, nomeadamente mineiros, como o estanho e o ouro, e o acesso a vias de penetração e comercialização, revelando um sistema económico de largo espectro, que genericamente se adequa à excelência das condições geográficas, como as que se observam no Monte Padrão, Santo Tirso, em Alvarelhos, Trofa e no Monte Castêlo, Matosinhos, únicos povoados fortificados da bacia do Leça e do interflúvio Leça/Ave em que se conhece ocupação nesta fase.