A conquista e a definitiva ocupação do Noroeste Peninsular, na sequência das guerras cântabras (29-19 a.C.), constituíram o ponto de partida de uma profunda transformação política, económica e social que deu início ao fenómeno que a historiografia consagrou como “romanização”. Este processo resultou da convergência de resistências e assimilações onde permaneceram vivos elementos do substrato cultural nativo, cuja identidade se manifestou num quadro de referência cultural de fusão, associando a cultura latina a signos indígenas que se mantiveram ao longo do tempo. A reorganização administrativa operada na região, de acordo com a estratégia romana, estruturada em centros urbanos servidos por uma eficaz rede viária e alicerçada numa política de desenvolvimento económico a partir da exploração dos recursos naturais, resultou em importantes alterações na estrutura do povoamento, designadamente, na instalação de unidades imprescindíveis ao aproveitamento eficiente dos recursos do território, em especial através da mineração, da prática da agricultura, da exploração dos recursos do mar e do incremento da atividade comercial.