Asa de pátera litúrgica similar ao tipo Boesterd 73. Forma cilíndrica que termina com uma cabeça de animal estilizada, sendo o elemento mais identificativo os cornos de um carneiro. O cabo não é totalmente maciço, revelando na sua parte inferior uma cavidade longitudinal que acompanha a totalidade da peça. Os remates do suporte da pátera são ligeiramente engrossados revelando dois orifícios para a colocação de rebites para a sua fixação, encontrando-se dois deles in situ. A parte final do cabo, a que corresponde a cabeça de animal, é pontiaguda e possui, na sua parte inferior, um orifício que a atravessa transversalmente que, provavelmente, serviria para suportar um elemento de suspensão.
As peças mais abundantes representam, de forma mais ou menos realista, a cabeça de um carneiro, embora existam também representações de cães como, por exemplo, a proveniente do castro de Fiães, Vila da Feira (CORTEZ, 1950, 29; ALMEIDA; SANTOS 1972, 14, est. II, n.º 10). O nosso exemplar, embora muito estilizado, representa a cabeça de um carneiro, cujos elementos mais expressivos são as duas saliências semicirculares que configuram os cornos. Possui um orifício transversal na extremidade que, possivelmente, serviria para a sua suspensão. A sua fixação à pátera far-se-ia através de rebites, que ainda se conservam, revelando uma solução idêntica às peças provenientes de Conímbriga (ALARCÃO; PONTE 1979, VII, 155, est. XXXVIII, n.º 19 e 20), que evidenciam semelhanças assinaláveis com o nosso exemplar. Um outro paralelo, morfologicamente idêntico, é proveniente de Braga, e apareceu no decurso de uma sondagem realizada por R. Santos da Cunha, em 1964, tendo sido publicada em 1966 por Rigaud de Sousa (RIGAUD SOUSA 1966, 589-599). Trata-se também de um cabo de pátera em bronze rematado por uma cabeça de carneiro, muito estilizada, cujo elemento mais evidente, à semelhança do nosso, são os cornos. A peça encontra-se hoje depositada no Museu dos Biscainhos em Braga.