Fecho de cinturão de formato retangular com ombros ligeiramente arredondados e remate em argola. Suporte de engate oponente também em bronze de formato quadrangular e espigão curvo em ferro. Possui dois orifícios laterais para fixação no cinto através da aplicação de rebites.
Morfologicamente não se aproxima a peças do mesmo horizonte cronológico, no entanto, o método de funcionamento parece corresponder às suas congéneres, confirmada pelo seu enquadramento cronológico. O conjunto de materiais provenientes de Alvarelhos revelam afinidades morfológicas, estilísticas e cronológicas com os materiais provenientes do Vale do Douro, nomeadamente das necrópoles de Simancas e Fuentespreadas e, em certa medida, contribuem para contrariar a existência de uma subcultura tardorromana do Douro. O seu caráter militar de filiação romano-germânica inicialmente defendido por Palol, presumindo a existência de um limes tardorromano ao largo da linha do Douro, defendido por tropas germanizadas, é seguido posteriormente por Caballero Zoreda que chega a subdividir em vários grupos a dita subcultura do Douro, incluindo, por exemplo, a área da Foz do Douro como um núcleo (ZOREDA 1974, 186). A. Fuentes Domínguez questionou o caráter militar das “necrópoles do Douro” de forma conclusiva, sendo hoje suficientemente claro que a área de dispersão deste tipo de materiais ultrapassa em grande medida a área do Douro, ocupando praticamente todo o espaço geográfico a que atualmente corresponde Portugal, assim como a Meseta Sul de Espanha, estudada por Aurrecoechea Fernandéz (FERNANDÉZ 1995/96, 49-99), em contextos habitacionais de villae e cidades, colocando definitivamente em causa o caráter estritamente militar deste tipo de objetos.