Pulseira. Aro assimétrico com uma das bases mais larga que a outra formando um perfil troncocónico. Secção plano-convexa. Decoração composta por nervuras que formam gomos oblíquos, ligeiramente irregulares, que compõem um motivo seriado composto por caneluras convergentes.
As pulseiras ou braceletes (armillae) em vidro são particularmente abundantes. O uso de pulseiras por homens e mulheres foi frequente desde tempos muito remotos, quer como resposta a motivações de ordem estética, quer como sinal de distinção social ou mera crendice. Este tipo de pulseira de secção em D, lisa ou decorada com nervuras, é muito comum no mundo romano e está muito bem documentada em Portugal. Os exemplares dividem-se entre os três tipos conhecidos; decoradas com golpes verticais, golpes diagonais e lisas. Estes materiais, quando fora de contexto, são particularmente difíceis de datar pela sua ampla duração. Harden refere, a propósito das pulseiras de Karandis, que as peças em vidro negro parecem ser de época tardorromana, enquanto os exemplares de vidro em cores mescladas se encontram nos estratos pré e pós-romanos, tendo sido recolhidas naquela estação a partir dos inícios do séc. II até ao séc. V (HARDEN 1969, 47-72). Também as decorações em época tardia, quando existentes, são compostas por incisões, ressaltos ou nervuras. Encontram-se em Balsa, Tavira (NOLEN 1994, 182, est. 41, n.º 124-125), e Santiago do Cacém (BARATA 1993, 73-76).